No Dia da Terra, crise climática será o foco de evento que reunirá líderes de todo o mundo

abril, 22 2021

​Único evento com chefes de Estado exclusivamente dedicado à crise climática em 2021
Único evento com chefes de Estado exclusivamente dedicado à crise climática em 2021, a Cúpula dos Líderes sobre o Clima terá início em 22 de abril, uma data que marca a necessidade urgente de restaurar o planeta.

Por WWF-Brasil


O futuro do planeta estará no centro das atenções na próxima quinta-feira, 22 de abril. Na data que marca o Dia da Terra, terá início a Cúpula dos Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que tem o objetivo de discutir a urgência e os benefícios econômicos de uma ação climática mais firme.

Desde 1970, o Dia da Terra mobiliza de milhões de pessoas anualmente, ativando o movimento ambiental em todo o mundo, para reforçar o engajamento na construção de um novo plano de ação enfrentar a crise climática e encaminhar um futuro mais resiliente para as pessoas e a natureza. Uma missão que se tornou cada vez mais urgente, uma vez que os impactos do aquecimento global já trazem efeitos devastadores para as pessoas, oceanos e ecossistemas em todo o mundo.

Em 2021, com o tema "Restaurar Nossa Terra", o Dia da Terra coincide também com o quinto aniversário do Acordo de Paris, que foi aberto para assinaturas em 22 de abril de 2016. Embora os governos tenham assumido o compromisso de limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5°C, as ações tomadas até agora para atingir essa meta ainda são insuficientes. Um dos objetivos do evento será engajar as pessoas para exigir que os governos tomem ações ambiciosas para restaurar o planeta.

O Dia da Terra ganhou tanta importância, que foi escolhido para marcar também o início a Cúpula dos Líderes sobre o Clima. Com programação de dois dias, inteiramente virtual e transmitida ao vivo, o evento será uma boa oportunidade para exigir que os líderes mundiais tomem ações firmes para aumentar a ação climática, parar com a destruição da natureza a fim de estabilizar o clima e limitar o aquecimento global a 1,5˚C.

A Cúpula dos Líderes sobre o Clima, para a qual foram convidados líderes dezenas de nações, vai preparar as bases para a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP26), que ocorrerá em novembro, em Glasgow, no Reino Unido. Um dos destaques do evento será a participação do Fórum de Energia e Clima de Grandes Economias, que reúne 17 países que respondem por 80% das emissões globais de carbonos, incluindo o Brasil.

O Fórum das Grandes Economias foi convocado pela primeira vez em 2009, antes da COP de Copenhague, na Dinamarca, como uma forma de criar um impulso político com o objetivo de alcançar um resultado positivo nas negociações internacionais sobre a crise climática, além de construir apoio político para o desenvolvimento de tecnologias de transformação fundamentais para a mitigação e adaptação às mudanças do clima. 

De acordo com o governo de Joe Biden, a Cúpula é o único evento com chefes de Estado dedicado exclusivamente ao clima programado para 2021. Todos os demais eventos globais têm outros temas como foco principal, com a crise climática sendo apenas um dos tópicos em discussão.

Os membros do Fórum das Grandes Economias são o Brasil, os Estados Unidos, a África do Sul, a Alemanha, a Austrália, o Canadá, a China, a Coreia do Sul, a França, a Índia, a Indonésia, a Itália, o Japão, o México, o Reino Unido, a Rússia e a União Europeia.

Além dos chefes de Estado dessas nações, Biden convidou para o evento líderes de países que estão demonstrando forte protagonismo na questão climática, que estão especialmente vulneráveis a esses impactos, ou que apontem caminhos inovadores para uma economia sustentável. Algumas lideranças do setor produtivo e da sociedade civil também vão participar. 

Assim como o Dia da Terra, a Cúpula terá enorme importância para incentivar um aumento do nível de ambição nas contribuições dos países para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Nos últimos anos, os cientistas enfatizaram a necessidade de limitar o aquecimento planetário a 1,5 ° C para evitar os piores impactos da crise climática. Um dos principais objetivos da Cúpula de Líderes e do Dia da Terra - assim como da COP26, em novembro - será catalisar esforços que mantenham ao alcance da humanidade a meta de 1,5°C.

A diferença entre atingir esse objetivo e ultrapassá-lo é simplesmente a vontade política. Cientificamente, é possível. Ainda existe uma pequena janela de oportunidade para agir antes que a crise climática atinja um "ponto de não-retorno" que tornará seus impactos irreversíveis. As soluções já são conhecidas e viáveis. Mas é preciso que os líderes políticos definam o ritmo da transformação necessária para deter e reverter o aumento das emissões. O evento marcado para o Dia da Terra é fundamental e será uma oportunidade para fazer essa mensagem ecoar por todo o globo.

O evento terá sessões plenárias, nas quais os Chefes de Estado deverão fazer pronunciamentos e anúncios. Em seguida, haverá sessões paralelas mediadas por membros do governo dos EUA, com base nos temas-chave da Cúpula, além de questões críticas como adaptação e resiliência climática e ações a serem tomadas pelos setores não-governamentais.

A programação da Cúpula incluirá ainda a realização de uma série de eventos paralelos pelo WWF. Com um foco claro da Cúpula no aumento da ambição climática - principalmente na forma de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e estratégias de longo prazo, incluindo as principais prioridades de adaptação e resiliência -, os escritórios do WWF nos países que foram convidados para a Cúpula farão pedidos enfáticos aos seus governos, relacionados aos compromissos que serão entregues por seus líderes durante o evento.

Além dessas demandas, o WWF colocará o foco em algumas prioridades, como encorajar os compromissos dos países participantes para incluir soluções baseadas na natureza como parte de seus compromissos para reduzir as emissões e construir resiliência. 

Isso deve incluir demandas como um firme compromisso para zerar o desmatamento, mais apoio ao Compromisso dos Líderes com a Natureza, um compromisso com o aumento do financiamento climático, oportunidades de adaptação com base nos ecossistemas em todos os países, estímulo econômico e planos de recuperação da economia que sejam positivos para o clima e a natureza, mobilização dos setores público e privado para financiar a transição para uma economia de zero carbono.
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